Synesis

Veja, estou aqui a te mostrar
O que sempre ao teu lado esteve
Admire o feitio das obras
Que à tua mão não se fez distante
Pedindo que
(veja, toque, escute, percorra)
Não se detenha pois

Ao abrir-se as comportas
Em ferrolhos a girar-se
Fortes trincos a romper-se
De janelas levadas pelas ondas
Do teu coração.

E agora saiu
Tudo que devia
Jamais ter residido
Aqui.

Sobrando apenas
Uma mesa pequena
Onde caiba só eu e você:

Ensinar-te-ei
A beleza da Synesis
E da Introspecção:

Percorra,
Atravesse rios
Mergulhe a um só fôlego
E bem alto voe em seu coração!

E Ele lhe entregará gentil
Pequena peça singular –
Uma, três, cinco –
Lhe surpreende alguma falta?

Ele lhas darás completas
P’ra que juntas dentro a ti
Levem-te à compreensão

Das bordas ao comprimento
De um horizonte de eventos
De círculos ao nadir

Conduzindo-te
Nas asas do amanhecer
Tão perto, e ainda assim… tão longe!

Leia o próximo poema
Não que os passosSejam largos demaisNem tão pesado o madeiroQue…