O vergalhão amadeirado
(chamo-o assim por seu efeito)
Curva-o às vezes de tal maneira
Fazendo com que o cheiro ocre invada
Com o pó da história em seu rosto
Enquanto sente as farpas pele adentro
Despirem dele a cutânea e frágil proteção
(ele sabe de onde veio)
Sem embargo
A cada passo uma gota (leia-se no plural)
E abre mão de tudo que tem e que viria a ter
Se tal tenda desejasse preservar.
(ele sabe para onde vai)
E agora
Vejo as marcas no chão
– Os passos, o sangue
De recentes ainda tão frescas!
(eu sei de onde vim)
Pois ainda que eu esteja
No dia em seu raiar descomunal
Transcursando a vida (leia-se morte)
É para a vida que seguirei!
(Sim, eu também sei para onde vou…)