Ao rebuliçar-se no ninho
Protetor alado cuja fama não alarde
Com teu anseio, teu cuidado, teu amor
Olhando além do observável
Olhando aquém do que é palpável
Vê que a partida é certa e inevitável.
Fala de outrem mas é p’ra si
Que reserva os tremores da escuridão
Quando pequenos olhos se fecham ao escurecer.
Mas e os seus, se fecham?
Não podem, não podem
Diz ouvindo acima o farfalhar da noite.
O cheiro de relva seca queimada
Amarga fundo enquanto tudo vê
Com olhos lívidos e penas alaranjadas
Não porque queira, mas porque sabe
Que há chegada a hora e o momento
De partir.