Desce copiosamente
Refrescante chuva deleitável
Escorre pelos fios da erva verde
Sobe o aroma de perfumes sazonais
Dança, sim, dança com a luz
Que bela reluz em seus cristais
Em gotas de lindos diamantes
Fecundando fartamente seus quintais!
Lhe toca uma festa na pele
Quando o calor da fornalha celeste
Se mistura ao toque gelado
Do céu, em adágio orquestrado
E olhas, como se ver pudesse
Aquele que a fez tão perfeita
Que com belo escuro véu a presenteia
E seu manto – com quão belas flores Ele tece!
Incauta – e com razão
Deixa conduzi-la pela mão
Ainda que as trevas lhe cerceiem
E os animais da campina lhe arrodeiem
Teu pé – garante – não pode tropeçar
Mesmo que em sobressalto
Em meio às folhas lhe acometa
O caminho de casa não saber
– Te preocupas acaso?
Pois saberás
Em meio a feras se deitar
Que tais bocas não vão se abrir
Seus dentes jamais vão lhe tocar
Saberás
Que no outro dia
Voltarás à quinta de tua morada
Sem marca alguma a lhe ofender.
Lembrar-te-ás
Que onde as feras dormem
E chuva e sol dançam juntos
Era teu sonho de outrora
Lembrar-te-á que estás
– E que pra sempre vais viver
No Jardim de Jeová.