Aletheofilia II

Prelúdio

O manto está prestes a cair da viril ombreira:
Toma-o, vista-se de esplendor ao raiar da aurora!
Não deixe-o antes que seja tempo tardio
Quando eles se recolhem ao esconderijo
Enquanto outros saem diligentes a caçar.

O que ela lhe diz
Ou o que está ela sussurrando aos seus ouvidos
Que eu não possa compreender
Ou mesmo sua forma escrutinar?

Pois abrirei entre as trevas o caminho para adiante
Para à frente voltar no tempo e desenrolar o passado
Que já começa a se revolver
Só de seu nome pronunciar…

Pois o cutelo corta, mas também emoldura
Abre acesso à seiva revelando conteúdo
Pondo à prova seus conceitos e preceitos
Deixando à vista a verdade gotejar…

Pois goteja como vinho a verdade,
Porque dela se inebriar é esclarecer
E por ela se perder é de fato achar
– Por ela morrer é a vida encontrar!
Pois Ele ma mostrou.
Quem agora poderá de mim tirá-la?
Sua luz abriu caminho perante a escuridão.
E quem
– Quem poderá apagá-la?


I

Ele está em frente à mesa
A fim de julgar e decidir.
E, como o relato que passa é de tal teor
Não ousa olvidar coisa alguma
Que lhe atina ao caso:
É a vida de outrem
Que repousa em suas mãos.

Quando vemos criaturas aladas
Pairando sobre nós:
O que seria antes?
Ao contemplar o horizonte abobadado
Com um brilhante a cintilar:
O que existiu antes do passado?

Pois então, que dê mão a folhas revirar
E seus mortos voltarão a reviver!
De fato, há muito barulho e confusão.
Que calem-se todos,
E deixe-os por si falar.

Atina aos feitos antigos
Quem um dia recusou-os
Engole o restante da água
Caliceceando orvalho matinal
Que de noite seu sono recompôs
E põe-no qual colírio em olhos delirantes.

Quem nos contou a história
Por certo, de ouvi-la se esqueceu
Pois faz desconhecido
O que sempre acreditou.

Mas em pormenores críticos contá-la irei
Para que gerações futuras repartam entre si
O despojo do saber.


II

Os sons se calam inaudíveis
Ao reflexo do infinito
E onde começa o espaço
É onde ele também terminou.
E encerra-o sem saber donde startou
Quando o nulo
Ao mesmo tempo se tornou tudo.

As palavras de sua boca ainda não escaparam
Mas o Arquiteto mede a profundeza
Daquilo que não se vê
Traça as linhas da carruagem admirável
Em um projeto sem páginas a contar.

Esferas volantes
Que aos querubins obedecer atinam
Quer sejam olhos,
Rodeiam-lhes à volta inteira
E ígnea flâmula
Tal qual relâmpago serpenteia:
“É-me inadmissível
Seu espectro observar!”
Aturde as têmporas ao norte por seu vento a soprar
E é perante a expansão que o calafrio aumenta
Mas ainda não vi nem sequer a metade
– Como prosseguirei meu contemplar?

E o vítreo cintilar de seus cristais
Da sua morada o retinir pode escutar
Quer desçam ao infinito abismo
Ou que se elevem ao terceiro céu
– Quem poderá lhe responder?

E à semelhança de quê irá se comparar
Quando nem mesmo da estrela térrea
Em sua fulgural externação
Pode sua glória aproximar?


III

No entanto, às maçãs de seu rosto acabrunhado
Estende o profeta formoso véu.
Que se ainda há forças para algo resistir
Ele desce a montanha como se partisse o céu

E espatifa pedras
Enquanto o povo dança, canta e sorri!


IV

Recordo a moldura desenhada em dourado engaste
Preciso como a trama fina do destro tecelão
Cuja vida escorre pelos paternos dedos
E traz-lhe cor à morada feita de terreno pó

E o movimento, qual sensor presente da vida
Alarde quieto ao surgir cauteloso
Caminhando pelo Jardim
Nascendo grande sem cordão para romper.
E o espelho foi tirado,
Pois a imagem havia sido erguida e também formada.

E declarei-lhe o que era e o que viria a ser.
Ao lançar mão de uma patente autoridade
Não podia a seu bem dizer-lhe em entremeios
Que sempre foi seu Pai?

Contudo a verdade é mais clara e bem aceita
Não quando se derrama ebuliente o verbo em si
Mas simplesmente vem a aprazeirar-se nela
Quando a encontra a esmo em meio à eira.

E então, diante do amanhecer
Do alto a aurora revela-lhe o despertar:
Entre as mais seletas,
Escolhidas por Jeová
Faz-lhe um caminho,
Para o corpo adormecer.
E diz, a quem há pouco abriu os olhos,
Ainda lívidos, perante a Majestade:

“Vá, e que seu repouso na penumbra
Lhe faça o soporífico favor
De em meu auxílio trabalhar!”

E quem lhe informa o que Ele faz?
Não há outra voz que ressoe nas paredes do labirinto
Que a hera cobriu
E nelas deixa flores exuberar.

O tempo corre a seu favor.
Não corre, apenas passa,
E que seu transcorrer
A nenhum deles incomode.

Assim, ao levantar-se do transitório estupor
Em emoções revoltas contempla
A pura forma da beleza.
Pois se o jardim que pisa pertence a Deus,
Congratulado é
Com a visão que o cerceia!

E de tal aspecto é a emoção que lhe afloreia
Ao declamar o cerne da união perfeita
Que o dia louve aos céus
Pelos dois nascimentos:

Quando à mulher,
Que a sua figura ao homem revela,
Bendiz o homem,
À descendência com um poema!

E nela um complemento colocou.
Das qualidades, o seu primor.
– Enquanto eu sou feito de pó
A ela vestiu de amor!

“Vai, poeta, faz teu caminho deleitoso
Pois a fiz a ser tua inspiração.
Pois se um homem desenha um rosto,
Deus enche de amor um coração!”


V

A virtude nasce onde o amor floresce.
E sua luz triunfal,
Que o elétrico plasma conduz
A metafísica do coração
Desafiando os limites do ilimitável ser
Faz de propósito as correntes
De um elo que precisa se encontrar.

Sem embargo aquele belo alado de pedras a luzir
Que de posse à terra
Por embargo seus habitantes conduz
Deixa que o jarro caia
E a taça quebre em suas mãos.
Ao desunir os elos todos eles se perderam…

E assim surgiu.
Mas isso não está certo
Porque o mal não surge,
Nem é criado
E nunca, em qualquer lugar se ouviu nada igual
Pois é a primeira aletheia que lhe permito conhecer.

Por acaso a escuridão
É originada por alguém?
Pode alguém abrir as comportas
E distraído deixá-la passar
E apanhar um pouco desta
E em seus passos carregar
Deixando-a gotejar por um caminho
Onde outros possam pisar?

Não! Mas antes,
A ausência provoca o espasmo da virtude
E a virtude se fecha onde o amor acaba
E o amor apaga incauto
Da verdade a sua chama.

Foi assim que ele se manifestou…
Contudo sabes que não foi o manifesto
Mas antes, porém,
A essência motriz
Que logo cedo
O ingrato abandonou.


VI

Aproveita, na angústia d’alma
Célebre cálice que ressalva
Aperta contra o peito a dor,
E abandone, olvide seu primor!

Quem fala não sois vós,
Déspotas, que caídos e esmigalhados sois.
É o espírito, emaranhado em confusos nós,
Chamando Elias, que à distância se interpôs…

Não! Antes desceis vós, os que aí estais,
Cegos dogmáticos a queimar no fogo,
E que em conforto, a terra amordaçais!

Revolve a mortalha, derrama o óleo,
Espalha a mirra e polvilha o cravo,
Alimenta-a:
Ó terra insaciável!

Levanta a fronte e vês que és infante.
Revela, ante a estultícia humana no mundo
A vigares do primeiro Ciro, que é a farsa
Do mais contemplativo caelum.

Percebes, enfim a dor infame do riso,
Claustrofobicamente enclausurado,
Com viborífico cintilar o guizo,
A densa sombra do potentado?

Desembainha, espada excelsa enfurecida,
Cólera de reis e majestades,
Fúria na joeira da potestade!

Confia e esquece da alegoria,
Alma sátira que se compadece,
Da estátua de Zeus em romaria!

Sim, até aqui
Prevalece com o homem a sua ignorância.
Exceto a ti, a quem instruo com palavras tais
Que os sábios por certo irão desprezar.

Desta feita, é-me insuportável,
Rodopio o ódio interminável
No labirinto da loucura,
Na tormenta da insanidade!

Em tudo – corrupto.
O que a peneira segura
Lanço fora no escuro.

Não excederei o limite
Do homem a sua imperfeição.
Você por certo sabe que…

Esqueça – vamos em frente.
Que lá fora haja choro
E o ranger de seus dentes.


VII

Oh! Que os ventos
O oceano partam
Para da verdade
A pureza revelar!
Abra dos céus
As comportas do infinito
E mergulhe intrépido
Em beleza descomunal!

De trovões
Escute vozes trombetear
E o Celeste Coro
Suas gargantas em cânticos elevar
Àquele que de tempos a tempos
Vive eternamente:
Jeová!

O relâmpago da sua Majestade
Que inspira-lhe o temor
Tira ao mortal a força
E deixa-o tropeçar.
De sua carruagem
As cambotas cheias de olhos
Faz-lhe sobre os joelhos débeis
Aos tropeços cambalear.

Com a tenaz, anjo Teu
Venha sobre mim voar
Das palavras ao fogo
Meu pecado remover

E vem, sim, venha
Sob as tuas asas me esconder.


VIII

E o Filho, qual sacro ovídeo escolhido
Que sobre o qual o profeta já falou
Ergue aos céus sob sete selos o inefável livro
E de apto desata-o com propriedade

Ao círculo de miríades que vem e que vão
Rodeado por vinte e quatro anciãos
Cavalga arfante ao raiar da aurora
Brande a longa espada
Que desarraiga até a morte!

Por baixo de sua mão humilhados, oh reis
Cabeças e joelhos encostem no chão.
Pois saibam que até o final
O furor de fato não acabará:
Ele pisa, a vestes salpicar,
O lagar da ira de Jeová.


IX

Que do teu trono ouças, oh Jeová
Aquele a quem a alma amargurada reprisa
Os próprios erros
Que se revolvem comigo em meu leito.
Ao cair da noite
Vêm me aturdir com seus questionamentos
E meus rins e coração
Vêm deveras escrutinar.

De nascimento, a propriedade não me alcança
Nem me dá fiel garantia
O vermelho sangue
Para que o mérito seja alcançado
Ou mesmo requerido
Quando colocado fui
Na casa da prisão.

Sim, livra-me deveras, oh Jeová
Desata-me o pescoço
Das correntes que me apertam
Retira estas cordas ferozes
Que por todos os lados me cercam
E leva teu escravo a descanso
Para refrigério em Teus verdes pastos

Como a ave que se alegra
Adentra ao lugar de seu repouso canto
E os nascituros,
Incubados sob doces plumas
Resguardos do frio
E da intempérie chuva

Como a ave que escapa
Ao inimigo atroz de feitio feroz
Pois Ele lhe altera o foco
Noutro horizonte além

E não vê, como se risse da linha temporal
Que o orvalho não cairá tra’vez
E novamente sairá

Mas ela encontra abrigo e paz
E se alegra cada dia de sua curta vida
Na sombra das asas de Jeová

E teu escravo,
Que na casa do seu Senhor
Abrigo vem para encontrar

Depara-se com Aquele
A quem deve o seu amor:
Vem pedir-lhe para ficar

E traspassa-lhe no amor
As orelhas que usa para escutar
Canções:
Cantos de amor leal a Jeová

Se me concedes, Pai
Em teus pátios logo cedo caminhar
Em verdes pastos a alegria encontrar

Sou, entre aqueles que me cerceiam
Congratulado de tal maneira
Que excede de mim
Ser capaz de retribuir

E aqui cabe meu “se”.
Pois este é para mim,
E não para Ti.

E lá, quando a luz
Os povos envolver
E perante o rio joelhos dobrar
Vai sereno suas águas sorver

E com vozes ressoar
E instrumentos ressonar
Enquanto o céu se inclina à terra:
Meu cântico a Jeová!


X

Diga em compreensiva
E clara voz o arauto
E deixe-me que ouça
O brado na cidade e na campina verde
A proclamação de extensa duplicidade
Que há tempos minh’alma anseia.

Guerra – aos infantes,
Que no canil satânico permanecem
Paz – aos mansos,
Que desde a aurora as boas novas pregam!

E que os que ladram persistam
Em mútua ajuda a se matar
Até que a espada do Grande Rei
Sintam suas entranhas traspassar
E a estaca de uma tenda:
Suas têmporas estourar!

Desembainha, sim,
Toma à mão luzindo
Espada excelsa da majestade
Afiando, com ferro, brandindo.

Não escapas, oh tu, até quanto!
Mulher coberta de cinzas e espanto,
A quem santos afugentou
E na fornalha do ódio:
Vivos os devorou!

Tua vestimenta real e ostentosa
Que na eira tece mais majestosa
Impele reis e governantes
Em tua luxúria deslumbrante!

Cobre-te agora, portas a fora,
A dentes ranger, unhas a roer
E cobre,
Em vez de manto, serapilheira
Porque tornas ainda mais vil a tua feita!

Não te atavies agora, mulher
Dos teus encantos, em pranto,
Do que quereres, nem importa se quiser,
Terás caninos a furar teus mantos!

Tu também, aí mesmo,
Cogita que escapas –
Admiras aquela que morre
Estirada sobre a plaga?

Derrama, despeja então
Do teu ouro, dinheiro,
No templo o teu montão –
Põe suborno em teu seio!

Vil – asco.
Vil – impuro.
E a execução que te alcança
Faz-te ainda mais moribundo!

Agora também tu
Que as palavras
Com persuasão plantou
Nas mentes ingratas
E cegas as tornou,
Entorpeceu sentidos,
Mentiu:
Fez-lhes cócegas nos ouvidos…

Incrível delitante,
Dos ladrões o mais infante,
Andou nas costas de fracos,
Destruiu sem causa verdes pastos!

As multidões,
Em cólera e confusões
Tomaram-te por panaceia –
Céus! Nem sequer faziam ideia…

Jeová desembainhou.
Sim, desembainhada está
A longa espada de Jeová!

Nada lh’é impenetrável
Pois seus fios vão devorar
Até dos ossos a sua carne.

Ovelha gorda no regaço deleitável
Aproveita bem o teu curto aprazo
Faz da tua cama uma tenda elevada.

P’ra ser abatida
Tua cabeça, de cima arrancada
Tua tenda, pelo fogo devorada!

Agora recebam, três patifes
Que a paz, da Terra abolistes,
O cálice tomai, bebei,
Fiquem com a mente tórpida
Sintam por completo agora,
Que gosto tem a sua cólera!

E quando para o lado tombar
Neste solo pátrio deixar cair
Vossos corpos débeis derrubar
Vossa alma iníqua irá partir
Sem ter mesmo um lugar para onde ir…

Apagando, esquecendo
Delirando, desaparecendo
A fumaça, subindo
A chama, aquecendo
A lembrança, esquecendo
O grito, ouvindo
Nações, levantando
O coro, ascendente
À Potestade, triunfantemente…

Mas, assim como as asas
Da pomba mensageira fazem voar,
Para longe deles
Faz Teu rebanho se deitar.

Enquanto o pó se alimenta
Do alheio sangue inimigo
Empodera os filhos teus
Com bênçãos a fartar…


XI

Esplêndido em poder
Excelso pela própria grandeza
À qual seus laços jogam de si as tuas flechas:
Teu amor leal, oh Jeová!

Que as línguas incautas
Reconheçam todas Teu belo nome
E sublime por objetivo
A razão de Teu propósito
E jurem todos pelo nome de Jeová:
À Tua sombra eternamente habitar!

Que me leve à paz o teu rio divinal
Que parte do santo trono
Em meio à linda cidade
E conduza um jovem
O seu rebanho de leões
E faça-os junto a ovelhas se deitar.

Retira da cova os por esta aprisionados
Que de Adão
Sua mortalha em nós
Por milhas se apegou

Todos juntos,
Percorram livres a campina
A encontro de seus frutos
Uma descendência jamais vista
Pelos frágeis olhos seus.

Vejo à pradaria
O vasto céu descer
E a bela noiva
Ornato das terras
Vem por ela caminhar.

À esquerda, porém,
A pira fúnebre dos cães
Jamais irá se apagar:

Lembrança atroz,
Testemunho da verdade
Que acende sem cura à eternidade…


XII

Aqui a imperfeição do homem
Encontra o seu fim.
Veja! A sua tenda
Sobre nós verteu a sombra
E pôs fim a tudo o que era antes
Deste tempo começar:
Coisas do passado que jamais irão lembrar…

E agora, excelso Filho
Cuja glória resplandece
Tens a aprovação
De Quem há tempos lhe incumbiu:
O que lhe resta agora, Filho meu?

“Santo Pai, que às eras do vento
Teu propósito intentou
E o incauto, tua indulgência
Sem precedentes provou
Quando a maldade alheia
Em corações plantou
Três partes do céu
– Consigo ele levou!

Não há de ver que audaz assim planejou
Mas onde o erro cresceu
A justiça e paz transbordou
Para que, ao nascer da progênie dos mortais
Tua misericórdia eterna
Alcançasse também a tais!

E de Davi tu te lembraste,
De Abraão também.
E não esqueceste em momento algum
Do eterno pacto para com milhares.

E agora, Santo Pai
A quem da Terra
Teus filhos compraste
Eis aqui a minha noiva –
Em meu casamento
Com ela agraciaste!

De tamanha glória e resplandecer
Dou-te perfeito,
O propósito por completo:
Do pó os levantei.
Do pó Teus filhos entreguei.

Por tais a dupla espada
Brandiu mas não calou
Pois por mim
Até aquele sua vida entregou
E jamais Teu santo nome renegou.

Agora ele vive:
Estes com vida em si mesmos,
Aqueles como quem vive para Ti.
– Aceita-o hoje qual filho teu.

Aqui entrego nada menos que completo
Nos céus, terra e mar,
(Inclusive a mim, Santo Deus),
Tudo aquilo que é teu.”

O silêncio interrompido é
Pelo som dos Seus trovões.
Calem-se, oh céus,
Aquietem-se, multidões.

“O cetro retorna
Àquele que vive para sempre,
Cujo nome é Santo,
Cuja presença reduz
A cinzas o mais audaz,
E que dá vida
Ao mais humilde dos mortais!

Meu propósito,
Certo pela própria natureza,
Que há milênios
O pecado desviou,
Agora está completo
Belo em toda a inteireza

E meu primogênito
Vem diante de mim
A sua regência entregar:
É o clímax de uma revelação!
É o clímax da alegria de Jeová!

E verto em bênçãos, Filho amado,
A minha justiça
Em prol dos mansos alcançada!
Agora sou tudo o que sou:
Todas as coisas,
Em tudo para com todos!
A saudade em mim sempre repousou.
Mas agora, vejo aqui diante de mim
Meu amigo, meu leal, meu fiel!

Até os céus alcança eterno
De Jeová o seu amor leal.
Por tal benevolência
Curvem-se todos em adoração.”

À tua sombra, oh Deus
À tua sombra nos escondemos
Em teu amor leal nos protegemos
– Resguarda todos os servos teus.

A excelência,
Virtude e amor leal
Pertençam a Jeová
Para sempre!
Que em solenidade
Todos jurem:
“Pertencemos a Jeová.”
Que em verdade
Meu coração refestele:
“Pertenço a Jeová!”

A Jeová seja a glória e esplendor,
A Jeová seja o brado de vitória,
A Jeová seja a canção de seu humilde servo,
A Jeová seja o louvor de toda a terra,
A Jeová seja a exaltação por causa de seu Filho,
A Jeová seja o encanto de sua bela cidade.

“Pertence a Ti o meu coração.
É incondicional, Pai.
Dura para sempre.
Jeová fará tudo por mim.
O seu amor leal
Dura para sempre.”

Porquanto,
O manto da amizade me aquece
E leva-me
No caminho da veracidade.
Que em breve
O manto seja uma tenda,
E a tenda
Se torne como a fina e perene gase
Que cobre
Os mais altos céus.

E que venham, sim
Os tempos já designados
Que a minha herança contém.

Em Seu amor,
Que sobre mim não falta jamais
Abriga-me em Seus ternos braços
Que o mundo não pode tocar.

E mesmo quando o fôlego mortal
Neste tempo incauto se esvair
Não me causa temor nem comoção

Pois meu nome está contigo
Bem seguro, sim, a salvo
Pelo dedo de Deus
Escrito em Seu livro.
E Teu nome sobre mim está,
E eu o invocarei
Enquanto eu viver.

Melhor do que a minha vida
É o amor leal do Criador:
Dos céus, patente
Em meu peito, latente.

A Jeová Deus,
O Todo-Poderoso
Seja o canto e a ode
Do seu humilde e leal poeta,
Para todo o sempre.

Amém!